sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Caminhada com oclusão do fluxo sanguíneo aumenta o consumo de oxigênio em atletas.

Por Prof. Mauricio dos Santos
CELAFISCS – Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul
Departamento de Neurociência e Comportamento - Instituto de Psiquiatria da USP


Realmente algo de especial tem no treinamento com oclusão do fluxo sanguíneo. Anteriormente, um estudo já havia encontrado que a caminhada tinha sido capaz de aumentar a área de secção transversa e o consumo de oxigênio em indivíduos saudáveis. Agora, foi encontrado que uma caminhada na esteira com baixa intensidade (4-6 km/h) foi capaz de interferir positivamente no consumo máximo de oxigênio.
O estudo foi conduzido por Saejong Park et al e publicado na European Journal Applied Physiology. Os pesquisadores recrutaram os campeões universitários de basquetebol da Corea para o estudo. Quatorze atletas foram submetidos aos testes de consumo máximo de oxigênio (medida direta), potência anaeróbica (wingate), de força muscular (isocinético) e parâmetros hemodinâmicos (cardiografia por impedância). Eles foram divididos em dois grupos: um realizando caminhada com oclusão e o outro sem oclusão.
O protocolo experimental foi realizado com cinco séries de três minutos de caminhada a 4 km/h e inclinação da esteira a 5% por um minuto de pausa entre as séries. Foram realizadas duas sessões de treino por dia com intervalo de pelo menos quatro horas. A freqüência semanal foi de seis dias e o período total do experimento de duas semanas. A média de tempo gasto em cada sessão foi de 22 minutos. A pressão utilizada para exercer a oclusão ficou entre 160-230 mmHg e foi feita por meio de um aparelho específico para este fim (KAATSU training).
Após as 24 sessões de treino os atletas que realizaram a caminhada sem oclusão do fluxo sanguíneo não melhoraram em nenhuma das variáveis analisadas. No entanto, o grupo com oclusão aumentou o consumo máximo de oxigênio em 11,6% (48.9 para 54,5 ml/kg/min.). Outro achado foi o aumento da VEmáx. L/min em 10,6% (135,9 para 149,6). Já para a potência anaeróbica o aumento observado no grupo com oclusão foi de 2,5% (p=0,038) e o grupo sem oclusão reduziu em 5,3%. Para a variável de força muscular nenhum dos grupos apresentou valores significantes em relação ao momento pré-intervenção.
Os parâmetros hemodinâmicos só foram mensurados no grupo com oclusão sanguínea e foi encontrado um aumento do volume sistólico de 21,4% e freqüência cardíaca em 13%. Para o débito cardíaco não houve diferença do momento pré-intervenção.
O principal achado deste estudo foi que a caminhada com baixa intensidade com oclusão do fluxo sanguíneo foi capaz de aumentar o consumo máximo de oxigênio em atletas. Sabemos que em atletas a intensidade para se alcançar melhora nesta variável fica entre 80-100% do VO2máx e o resultado obtido nesta pesquisa realmente surpreende.
Ainda há muito que avançar nas pesquisas que avaliam o efeito do KAATSU training para entender melhor as respostas fisiológicas e morfológicas que são observadas, principalmente no que diz respeito à potência aeróbica. Contudo, alguns indícios estão sendo explorado e até o momento é o que explica os ajustes observados nas pesquisas. Entretanto, deixamos para outro momento.

Referência.
Park S; Kim JK; Choi HM; Kim HG; Beekley M; Nho H. Increase in maximal oxygen uptake following 2-week walk training with blood flow occlusion in athletes. Eur.J.Appl.Physiology.2010;109:591-600.

sábado, 17 de julho de 2010

Risco de Incontinência Urinária Seguida de Prostatectomia: O Papel da Atividade Física e da Obesidade.



Por Prof. Mauricio dos Santos
Incontinência urinária é um dos mais comuns efeitos adversos da prostatectomia. Muitos estudos têm mostrado o efeito negativo da obesidade na piora desta condição. Entretanto, poucas pesquisas têm verificado a influência da atividade física na incontinência após a retirada da próstata em pacientes com câncer. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos observaram a relação entre obesidade (IMC > 30kg/m2) e nível de atividade física (pelo menos 1 hora por semana com intensidade vigorosa). Ambas variáveis foram obtidas por meio de questionário. Os resultados foram avaliados em 6 e 58 semanas após a intervenção cirúrgica.
Após as primeiras 6 semanas da cirurgia, 59% (405 homens) foram acometidos por incontinência urinária. Já na semana 58 o índice foi de 22% (165 homens). Na última semana de análise (58) homens que foram classificados como obesos e sedentários apresentavam um percentual de 59%. Nos casos de incontinência urinária. Quando avaliado separadamente, só os obesos e os sedentários, os valores foram similares em 25%. O melhor resultado apontado na pesquisa ficou com os homens que foram classificados como não obesos e fisicamente ativos. O percentual para este grupo ficou em 16%. Ao utilizar o modelo de regressão observaram que os homens que não eram obesos e eram ativos tinham um risco relativo de 26% a menos de apresentarem incontinência urinária quando comparados aos obesos e sedentários.
Os autores concluem que a atividade física e obesidade antes da intervenção cirúrgica podem ser fatores importantes para um quadro futuro de incontinência urinária. E ainda, intervenções com pacientes com câncer de próstata para aumentar o nível de atividade física e reduzir a gordura corporal são estratégias interessantes para reduzir o efeito adverso do tratamento cirúrgico proposta para este neoplasia.

Referência
Wolin KY; Luly J; Sutcliffe S; Andriole GL; Kibel AS. Risk of Urinary Incontinence Following Prostatectomy: The Role of Physical Activity and Obesity. Journal of Urology. 2010; 183:629-633.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Existe Associação Entre Força Muscular e o Uso de Medicamentos entre Idosos?


Por Prof. Mauricio dos Santos
CELAFISCS – Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul

A força muscular é uma variável extremamente importante para atletas, jovens, mulheres e principalmente para as pessoas mais idosas. A redução da força muscular com o passar da idade favorece o surgimento de morbidades, quedas, maiores taxas de fraturas, hospitalização e mortalidade. Por exemplo, Newman e colaboradores (2006) avaliaram a força do quadríceps, preensão manual e a composição corporal de 2.292 indivíduos. Após análise dos dados encontraram que a força muscular e não a massa muscular correlacionou fortemente com a taxa de mortalidade.
Não obstante, com o aumento da idade observamos também o aumento do consumo de medicamentos entre os idosos. Uma pesquisa recente em nosso laboratório mostrou entre os idosos que caminhavam mais de 8.500 passos consumiam menos medicamentos do que aquelas que caminhavam menos de 6 mil passos. Aliás, 100% das mulheres que caminhavam menos de seis mil passos utilizavam algum tipo de medicamento.
Porém, poucos estudos têm observado a relação entre força muscular e consumo de medicamento. Um artigo publicado no periódico Age and Ageing deste ano, conduzido por Ashfield TA e colaboradores avaliaram 1.572 homens e 1.415 mulheres com idade entre 59 a 73, participantes do Hertfordshire Cohort Study. Mensuraram a força destes indivíduos e a utilização de medicamentos cardiovasculares. Alguns medicamentos como Furosemida foi associado com a redução de 3,15 kg para homens e 2,35 kg para mulheres. Os Nitratos também se correlacionaram com menor força, tanto em homens como nas mulheres. Os bloqueadores de cálcio e fibratos foram associados apenas entre as mulheres. O único medicamento que não se associou com a força muscular foi a Estatina. Embora o fenômeno foi observado, estes dados devem ser analisados com cautela, pois a casualidade não deve ser estabelecida, já que trata-se de um estudo transversal. Além disso, não buscou evidenciar qual variável é mais influenciada, ou melhor, não foi estabelecido se menor força leva a um maior consumo de medicamentos ou se a causa da redução da força foi devido ao medicamento.
Contudo, o uso de alguns medicamentos cardiovasculares foi associado com a redução da força muscular entre indivíduos idosos. Parece, mais uma vez, que a capacidade força muscular é uma importante variável para o estado de saúde das pessoas, principalmente entre os mais idosos.

Referência
Ashfield TA; syddall HE; martin HJ; Dennison EM; Cooper C; Sayer AAI. Grip strength and cardiovascular drug use in older people: findings from the Hertfordshire Cohort Study. Age and Ageing 2010; 39: 185–191. doi: 10.1093/ageing/afp203

sábado, 26 de junho de 2010

Capacidade Funcional em Idosos Dinapênicos e Obesos.


Por Prof. Mauricio dos Santos
CELAFISCS – Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul

A população mundial esta envelhecendo e isto não é surpresa para mais ninguém. O problema é que com este envelhecimento as incapacidades funcionais vão surgindo e esta situação aumenta os gastos com a saúde pública. Não obstante, um prejuízo da capacidade funcional aumenta o número de internações, piora a qualidade de vida, deixa o idoso mais dependente e aumenta o risco de quedas. Para se ter uma idéia deste problema, segundo o Centro de Estatística de Saúde dos Estados Unidos pelo menos 15% da vida de um idoso será destinada a alguma incapacidade funcional.
Com relação às características morfológicas, também está claro o aumento da adiposidade corporal e redução da força muscular com o avanço da idade. Estas duas características envolvidas no processo de envelhecimento interferem de forma incisiva na capacidade funcional e foi exatamente isto que dois pesquisadores (Danielle R. Bouchard e Ian Janssen)
da Universidade de Queen, na cidade de Kingston, no Canadá observaram em 2.039 indivíduos, com idade igual ou superior a 55 anos participantes do U.S. National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES). Os idosos (homens e mulheres) foram divididos pelo quartil de gordura corporal total e força muscular. Desta forma, foram estabelecidos quatro grupos, sendo eles: não dinapênico e não obeso, só obeso, apenas dinapênico e dinapênico/obeso.
Para mensurar a gordura corporal e a força muscular foi utilizado do DEXA e a extensão de joelho no dinamômetro isocinético, respectivamente. Já para a capacidade funcional foi realizado o teste de velocidade de andar (objetivo) e a utilização de cinco questionários sobre as funções físicas que eles conseguiam realizar (subjetivo).
Vale lembrar que o termo “Dinapenia” foi proposto por Clark BC e Manini TM em 2008 para se referir à perda da força muscular com o avanço da idade.
O problema principal em questão era se a dinapenia ou a obesidade exerciam o mesmo efeito sozinhas na capacidade funcional desses idosos ou a associação dessas condições pioravam a capacidade funcional.
Os resultados apontaram que na velocidade de andar 36,1% dos dinapênicos/obesos, 24,1% dos dinapênicos, 18% dos obesos e 12,2% dos não dinapênicos e não obesos apresentaram dificuldade em realizar o teste. A diferença média entre os não dinapênicos e não obesos para os dinapênicos/ obesos, no teste de velocidade de andar, foi de 0.14m/seg., o que representou 14,9% em termos percentuais. Entretanto, se esta velocidade fosse para percorrer uma distância de 20 metros, isto representaria um aumento de quase 3 segundos, o que tem importante influência nas atividades da vida diária como, por exemplo, atravessar uma rua.
Com as respostas dos questionários foi obtido um score de 0 a 15, em que 0 é o pior e 15 o melhor. Os resultados indicaram para o mesmo sentido, isto é, os dinapênicos/obesos foram os que obtiveram os piores scores.
Desta forma os autores concluem que a obesidade e a dinapenia prejudicam a capacidade funcional em idosos, porém, quando estas duas condições estão associadas o prejuízo é ainda maior.

Referência.
Bouchard DR. and Janssen I. Dynapenic-Obesity and Physical Function in Older Adults. Journal Gerontol. A Biol. Sci. Med. Sci. 2010;65A(1):71–77.

domingo, 18 de abril de 2010

Exercício sem perda de peso não reduz Proteína C Reativa.


Por Mauricio dos Santos
Celafiscs – Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul
Programa Agita São Paulo
Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo


As doenças cardiovasculares ainda continuam sendo a primeira causa de morte no mundo, representando 1/3 de todos os óbitos. Os fatores de risco tradicionais já estão bem entendidos pela ciência. Entretanto, os novos fatores de risco para doenças cardiovasculares têm recebido grande atenção da comunidade científica. Um desses fatores contemporâneo é a Protéica C Reativa (PCR) pelo seu papel inflamatório nos vasos sanguíneos.
Alguns estudos têm relatado o efeito positivo do exercício físico na redução da PCR, porém, a maioria deles não foi desenhado para ter como desfecho primário esta relação.
Uma pesquisa recente publicada no Medicine & Science in Sports & Exercise, deste mês, demonstrou uma relação mais interessante sobre o assunto. Thimothy S. Church e colaboradores de três centros de pesquisa realizaram um estudo prospectivo para testar a hipótese da relação entre o exercício físico e a PCR.
A partir do INFLAME Study (desenhado para compreender melhor a relação entre exercício físico e indicadores de inflamação) os autores contataram 3.569 indivíduos por telefone dos quais, ao final de aplicar os critérios de inclusão e exclusão, 65 indivíduos foram randomizados para o grupo controle e 64 no grupo exercício.
A população do estudo tinha, em média, 49,7 anos, IMC de 31,8 kg.m-1 e média de passos de 5.792. No baseline, a concentração da PCR não apresentava diferença significativa entre os grupos. O grupo experimental realizou de três a cinco sessões por semana tendo um gasto calórico de 16 Kcal.kg-1.(1.500 Kcal.sem.-1 por participante) A freqüência cardíaca média durante o período de treinamento foi de 75,3% e os minutos de 204.
Não houve mudança na ingestão calórica do período pré para o pós, tanto no grupo experimental quanto no controle. O número de passos, avaliado por um pedômetro, também não representou mudança significativo entre os dois momentos.
Após quatro meses de intervenção a PCR não apresentou diferenças significativas, tanto no grupo controle como no grupo exercício, o que correspondeu uma redução de 0,4 mg.L-1 para o controle e de 0,5 mg.L-1 para o grupo exercício. A redução do peso corporal foi estimada para que os participantes perdessem 2,4 kg durante a intervenção (1kg = 7.700 Kcal). Porém, a perda foi de 0,7 kg, o que correspondeu a 29% da expectativa proposta.
Mudanças no peso e na massa gorda foram correlacionadas (Spearman rho) com redução da PCR. Desta forma, os autores realizaram uma nova investigação entre os indivíduos do grupo experimental. Dividiram o grupo exercício em tercis de kg e gordura corporal. Para mudança de peso (kg) e gordura corporal (DEXA) os seguintes tercis foram identificados: 1.1, -0.9 e -2,9 kg. A partir dessa divisão foi observada uma redução significativa da PCR no tercil com maior mudança, tanto para peso como gordura corporal. Este valor de significância foi da ordem de p<0,05 para todos os tercis e grupo controle.
Com estes resultados os autores concluem que o exercício per si não foi eficiente para alterar os valores da PCR. Entretanto, quando o exercício foi seguido da redução do peso corporal a mudança da PCR é observada.
Este foi o primeiro estudo prospectivo e randomizado que avaliou a relação direta entre exercícios e PCR.

Referência:
Church TS; Earnest CP; Thompson AM; Priest EL; Rodarte RQ; Saunder T; Ross R. Exercise Without Weight Loss Does Not Reduce C-Reactive Protein: The INFLAME Study.Med.Sci.Sports Exerc. 2010;42(4):708-716.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Caminhada Agita Mundo


Dia Mundial da Atividade Física tem Caminhada neste Domingo!


A tradicional CAMINHADA do AGITA MUNDO, celebrará o Dia Mundial da Atividade Física, neste domingo, com a organização da Secretaria de Estado da Saúde e do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS). . A concentração dar-se-á partir das 8:30 horas na atrás do MASP, na Avenida Paulista, com a saída marcada para às 9:00hs e Cerimônia do Hino Nacional ao Lado do Parque Trianom, na Alameda Santos. O evento conta com o apoio da Sabesp, Prefeitura Municipal, Assembléia Legislativa, Coca-Cola e mais de 350 entidades parceiras.

O tema central desse ano é Cidades Ativas, Vida Saudável, proposto pelo Agita Mundo Network, instituição que coordena as celebrações em nível mundial. O site www.agitamundo.org já registra mais de 4000 eventos em países dos quatro continentes como Inglaterra, Barbados, Espanha, África do Sul, Austrália, México, Equador, Colômbia, EUA, Canadá, Argentina, Paquistão, Ilhas Salomão, Venezuela, Peru, Panamá, Chile, Guatemala, Cuba, Portugal e Índia, entre outros.


No Brasil temos eventos em mais de 55 cidades de diferentes estados brasileiros, como São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rondônia, Santa Catarina, Tocantins, Rio Grande do Sul, Goiás, Bahia, Pernambuco, Pará, Brasília, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte e do Sul.

A participação na caminhada é aberta e gratuita a toda a população. Teremos muita música diversão e alegria por todo o percurso da caminhada que será animada por três Trios Elétricos e os Agitados Monitores do Programa Agita São Paulo orientado os participantes durante todo o trajeto. da cidade A expectativa é que neste ano ultrapassemos os 10 mil participantes. Até o momento temos a presença confirmada das seguintes autoridades: Dr. Luiz Barradas, Sec de Estado da Saúde e do. Prefeito Gilberto Kassab.


É possível obter imagens e outras peças de divulgação do evento www.agitamundo.org

segunda-feira, 5 de abril de 2010

É nessa Terça! Caminhada Virtual do Agita Mundo


Nao se esqueça de enviar emails para todas as suas redes nesta Terça, 6 de Abril, ao redor das 10 da manha, na celebração do Dia Mundial da Atividade Física. Para facilitar, estamos enviando uma sugestão de texto.

30 minutos fazem a diferença !

A OMS recentemente apontou que o sedentarismo está matando mais de 3 milhões de pessoas ao ano em todo o mundo. Assim se converteu na quarta causa de morte no planeta!
Para superar esta epidemia, temos uma receita simples:

Realize pelo menos 30 minutos de atividade física na maior parte dos dias (5) da semana; de moderada intensidade, de forma contínua ou mesmo em blocos de 15 ou 10 minutos.

Estamos felizes por celebrar o Dia Mundial da Atividade Física com o tema: Cidades Ativas, Vida Saudável!

Siga Agitando hoje e sempre!

Não se esqueçam de registrar seus eventos em www.agitamundo.org

terça-feira, 16 de março de 2010

HOMEM MAIS RICO DO MUNDO PREMIA PESQUISADORES BRASILEIROS


O homem mais rico do Mundo, de acordo com o ultimo levantamento da revista Forbes, o Mexicano Carlos Slim, outorgou o Premio Instituto Carlos Slim em Saúde – Instituição Excepcional a pesquisadores brasileiros pelo trabalho do centro de Pesquisas em Atividade física e Saúde de São Caetano do Sul: o CELAFISCS. O Premio na sua 3ª edição escolheu o Centro brasileiro entre 125 instituições de 12 países que postularam para o Premio.


A Cerimônia de entrega será realizada no Instituto Carlos Slim de Saúde na próxima 3ª feira dia 23 de Março na cidade do México em que o próprio Carlos Slim fará entrega do reconhecimento aos médicos Victor Matsudo e Sandra Mahecha Matsudo, fundador e diretora geral do centro respectivamente.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Atividade Física e Cálculo Biliar


Por Mauricio dos Santos
Celafiscs – Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul
Programa Agita São Paulo

Quem já passou por uma crise de dor provocada por este problema diz que é uma das piores que já observou. Na Europa cerca de 10%-15% da população sofre deste problema de forma assintomática e a cada ano 2% desenvolve esta condição. No Brasil dados específicos ainda são escassos. Três mecanismos estão implicados no desenvolvimento do cálculo biliar, sendo: supersaturação da bile com o colesterol, formação de microcristais e estasi da glândula biliar.
Alguns estudos tem demonstrado a relação entre o benefício da atividade física em reduzir os casos de cálculos biliares a partir do aumento do HDLc pois, esta molécula tem uma relação inversa com esta condição. O HDLc é um precursor do ácido da bile, cujo é um importante componente para reduzir a litogecidade da bile. A atividade física tem um efeito pró-cinético no intestino incluindo aumento dos níveis da colecistocina que estimula a contratilidade da vesícula biliar e previne a estasi da bile.
Entretanto, poucos estudos prospectivos procuraram observar esta relação. Paul J.R. Banim e colaboradores pesquisaram e publicaram no European Journal of Gastroenterology & Hepatology em 2010, a relação entre o nível de atividade física e a incidência de cálculos biliares.
Para tanto, 25.639 voluntários com idade entre 40-74 anos, recrutados do European Prospective Investigation of Câncer (EPIC) responderam um questionário (auto-aplicavel) sobre o nível de atividade física. De acordo com as resposta foram divididos em quatro grupos (Inativos, Moderadamente Inativos, Moderadamente Ativos e Ativos).
Para a identificação dos casos, em junho de 2007 após 14 anos de acompanhamento, o histórico dos arquivos da EPIC foi utilizado. Esses dados estavam de acordo os dos centros de saúde de Norfolk e também com o Código Internacional de Doenças (CID-10). Todos os casos identificados foram posteriormente analisados por médicos para confirmar o diagnóstico.
Os resultados foram analisados com cinco e quatorze anos de acompanhamento. Cento e trinta e cinco indivíduos desenvolveram cálculos biliares nos primeiros cinco anos, sendo 69,9% em mulheres. Quando analisados pela divisão do nível de atividade física, os mais acometidos encontravam-se no grupo de inativos com 98 casos, o que correspondia a 1,36%. Noventa e nove (1,44%) indivíduos do grupo moderadamente inativos, moderadamente ativos com 60 casos (1,10%) e 33 casos (0,74%) entre os ativos. Ao comparar a diferença entre inativos e ativos, a incidência foi três vezes maior entre o primeiro grupo. O Hazard Ratio em cinco anos foi de 0.30 (IC 0,14-0.64) e em 14 anos de 0,70 (IC 0.49-1.01) entre o grupo mais ativo e o menos ativo. Em outras palavras, a atividade física protege em 70% em cinco anos e em 30% em quatorze anos a incidência de cálculo biliar.

Referência.
Nanim PJR et al. Physical activity reduces the risk of symptomatic gallstones: a prospective cohort study. European Journal of Gastroenterology & Hepatology. 2010;00:000-000.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Atividade Física: Uma proposta na construção de saúde


CAMINHADA NO TEMPO DE LAZER E CONSUMO DE MEDICAMENTOS EM IDOSAS USUÁRIAS DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Em pesquisa realizada no PSF de São Caetano do Sul sob coordenação do Celafiscs.
Contribuição do Prof.Leonardo José da Silva

A atividade física e/ou exercício físico têm sido uma forma não medicamentosa muito eficiente em retardar o surgimento, prevenir e tratar muitas doenças, principalmente em relação às DCNT´s. Objetivo: analisar a associação entre os minutos gastos em caminhada no lazer e o consumo de medicamentos em idosas usuárias do programa de saúde da família do município de São Caetano do Sul. Métodos: foram avaliadas 201 mulheres (63,4±13,2 anos), que representam 69,3% aproximadamente da população de usuárias e praticantes de atividades físicas no programa comunitário coordenado pelo Programa de Saúde da Família do município de São Caetano do Sul. São contemplados com os programas de atividades físicas, 73,3% dos bairros municipais, e todas as atividades são realizadas duas vezes por semana, com duração de 60 minutos cada sessão. Para mensuração do nível de atividade física foi utilizado o “Intenational Physical Activity Questionarie” (IPAQ – versão longa), utilizando os minutos gastos em caminhada na semana anterior a entrevista, somente sendo analisado o tempo gasto no domínio de lazer, foram utilizadas as seguintes definições: sedentário, individuo com 0 (zero) minuto por semana, insuficientemente ativo, individuo com entre 10 e 149 minutos e ativos com 150 ou mais minutos por semana. Para aferição do consumo de medicamentos, foi utilizado questionário padronizado pelo programa de saúde da família sendo referidos os medicamentos em consumo na semana anterior a entrevista. Análise Estatística: foi utilizada estatística descritiva, correlação de Spearmam Rho e chi-quadrado com nível de significância adotado de p<0,05. p="0,03)." rho=" -0,11*">

Autores: Leonardo José da Silva, Sandra Matsudo e Guiomar da Silva Lopes.
Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP e Centro de Estudos do Laboratório de aptidão Física de São Caetano do Sul - CELAFISCS.
E-mail: leonardo@agitasp.org.br

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Tempo de TV e Mortalidade


Por Mauricio dos Santos
Celafiscs – Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul
Programa Agita São Paulo

Em 2009, um time de peso constituído por Peter T. Kartzmarzyk, Timothy S. Church, Cora L. Craig e Claude Bouchard, publicaram um artigo na Medicine Science Sport Medicine e considerado por muitos como um marco na saúde pública. Segundo os autores, quanto maior o tempo sentado maiores as chances de mortalidade por todas as causas e doenças cardiovasculares. Entretanto, não houve associação entre tempo sentado e mortalidade por câncer. Incrivelmente, nem os indivíduos mais ativos ficaram livres desta associação. Os piores resultados foram encontrados entre os obesos.
O comportamento sedentário é um dos grandes desafios a ser vencido na era contemporânea, isto porque, o sedentarismo está associado à mortalidade prematura por todas as causas. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde publicou um report dos principais fatores que contribuem para a mortalidade global. A inatividade física foi responsável por 5,5% das mortes no mundo, sendo a quarta maior causa de mortalidade superando a obesidade e o excesso de peso.
Apenas um estudo encontrou relação entre o tempo sentado no ambiente de trabalho e mortalidade. Neste caso, o câncer de próstata entre 45.887 homens com idade com 45 a 79 anos foi mais incidente entre os que permaneciam a maior parte do tempo sentado (Orsini N et al, 2009).
Para a surpresa de muitos, um estudo publicado na conceituada Circulation, de janeiro, veio mostrar ao mundo científico que o tempo que uma pessoa passa assistindo à televisão é um preditor de mortalidade. Estudos anteriores haviam encontrado associação entre tempo de tv e obesidade e excesso de peso, principalmente nos mais jovens. Matsudo SMM (1997), por exemplo, concluiu que mais de quatro horas de tv por dia reduziu força de membros inferiores, velocidade, potência aeróbica e aumentou adiposidade em meninos e meninas de Ilha Bela. Dartagnan Pinto Guedes em 2001 encontrou que meninos e meninas permaneciam na frente da tv, computador e vídeo game em média de 29 e 24 horas semanais, respectivamente. Porém, nas atividades de lazer e esportes os meninos realizavam 3,5 horas semanais contra 0,49 das meninas.
Este novo estudo, conduzido por Dunstan DW e colaboradores, é o primeiro a demonstrar a associação entre tempo de tv e mortalidade. A amostra foi composta por 8.800 adultos com idade igual ou superior a 25 anos de idade pertencentes ao Australian Diabetes, Obesity and Lifestyle Study (AusDiab). Durante o período de seguimento (6,6 anos) 284 mortes foram identificadas, sendo 87 (31%) por doenças cardiovasculares, 125 (44%) por câncer e 72 (25%) de não cardiovascular e nem câncer. O tempo de tv foi categorizado em três grupos: < 2 h/dia, de ≥ 2 a < 4 h/dia e ≥ a 4 h/dia. Após ajustar os resultados por idade, sexo, circunferência da cintura e exercício, o tempo de tv foi associado a mortalidade por todas as causas e por doenças cardiovasculares. Nesta pesquisa, mortalidade por câncer também não obteve relação.
Outras informações mostraram um interessante desfecho. A cada uma hora de tv a mais aumentou em 11% a mortalidade por todas as causas e de 18% para mortalidade cardiovascular. Quando o grupo que ficou mais tempo assistindo televisão (≥ 4 h/dia) foi comparado com o grupo que ficou menos tempo na frente da tv (< 2 h/dia) o risco de mortalidade por todas as causas foi de 46% e por doenças cardiovasculares de 80% maior.
Estamos de frente de um novo fator de risco para mortalidade, que há algum tempo vem sendo associado à obesidade, mas que agora ganha força com as novas pesquisas epidemiológicas.
Essas evidências científicas nos permitem concluir que não só a população deve ser mais ativa, mas também reduzir o tempo sentado e o tempo assistindo televisão, a fim de reduzir os riscos de morbidade e mortalidade.

Fonte de Pesquisa
Dustan DW; Barr ELM; Healy GN; Salmon J; Shaw JE; Balkau B; Magliano DJ; Cameron AJ; Zimmet PZ; Owen N. Television viewing time and mortality. The Australian Diabetes, Obesity and Lifestyle Study (AusDiab). Circulation. 2010; 121:384-391.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Dia Mundial da Atividade Física


AGITA MUNDO – 6 de abril - DIA MUNDIAL DA ATIVIDADE FÍSICA

Tema 2010: Cidades Ativas: Vida Saudável

O QUE É?

O Dia Mundial da Atividade Física – Agita Mundo proposto pelo Programa Agita São Paulo, foi criado pela Organização Mundial da Saúde - OMS, com o intuito a promover uma grande mobilização mundial para a reflexão e a realização de ações a favor da adoção de estilo de vida mais ativo, buscando uma melhor condição de saúde, bem-estar e qualidade de vida das populações em todo o mundo. Desde 2005 os organizadores do evento optaram por eleger um tema central, que direcionasse o foco das discussões, e para o ano de 2010 o tema escolhido foi: “Cidades Ativas: Vida Saudável”, o objetivo dos organizadores com a proposta deste tema é levar as pessoas a refletirem sobre o seu ambiente externo e de como ele interfere na prática da atividade física no que se refere à estrutura física e clima social para a adoção de um estilo de vida mais ativo e saudável.



COMO NASCEU ?

A partir do sucesso e repercussão mundial do Programa Agita São Paulo lançado em 1996, em 2002 a OMS decidi celebrar o DIA MUNDIAL DA SAÚDE com o tema ATIVIDADE FÍSICA - “Move For Health”, escolhendo pela primeira vez na história desta data uma cidade da América do Sul, São Paulo como sede das celebrações deste evento, em reconhecimento ao sucesso do PROGRAMA AGITA SÃO PAULO. Neste ano, portanto São Paulo realizou uma grande festa para celebrar a data com a presença da Diretora Geral da Organização Mundial da Saúde, nesta data também o então governador de São Paulo Geraldo Alckmin assina o decreto estadual determinando o dia 6 de abril como Dia Estadual da Atividade Física. A partir deste ano a OMS decreta que no dia 6 de Abril passe a ser celebrado como DIA MUNDIAL DA ATIVIDADE FÍSICA. Desde então a data vem sendo comemorada anualmente nos diversos países membros da OMS que integram a Rede Mundial da Atividade Física, Agita Mundo Network instituição criada para difundir o conceito de estilo de vida ativo, bem como capacitar multiplicadores e organizar eventos por todo o mundo.



QUEM ORGANIZA?

Sob a coordenação do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul - CELAFISCS e da Secretaria de Estado da Saúde o evento AGITA MUNDO - DIA MUNDIAL DA ATIVIDADE FÍSICA, esta sendo organizando a partir da mobilização dos mais de 350 parceiros do Programa Agita São Paulo, pela Rede Agita Brasil em diversas cidades por todo o território nacional, desde de 2008 o Ministério da Saúde também mobiliza sua rede para celebrar a data, a RAFA - Rede de Atividade Física das Américas através dos programas regionais das cidades nos diferentes países da América Latina e dos mais de 40 países nos 5 diferentes continentes que formam a Rede Agita Mundo.

O principal evento da data será a Caminhada Agita Mundo no dia 11 de abril com a previsão da participação de aproximadamente mais de 20 mil pessoas, que partirão às 9h da AV. Paulista atrás do MASP pelas ruas dos jardins até o estacionamento da Assembléia Legislativa no Ibirapuera. Dando continuidade as comemorações do Dia Mundial da Atividade Física, na terça feira dia 6 de abril acontece a VII Mostra de Boas Práticas na Associação Paulista de Medicina de São Paulo, na Av. Brig. Luis Antonio 278, à partir das 8h da manhã . Na ocasião serão apresentadas as experiências bem sucedidas do ano de 2009 por Instituições Públicas, Departamentos Regionais da Saúde do estado, Instituições Privadas e Instituições da Sociedade Civil Organizada ; com o intuito de demonstrar brevemente a dimensão que o programa Agita São Paulo alcançou nos seus 13 anos de atividades, bem como apresentar as intervenções mais exitosas nesta área da promoção da atividade física e da saúde.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O Homem em sua “velocidade máxima”.


Por Mauricio dos Santos
Celafiscs – Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul
Programa Agita São Paulo



Há pouco tempo nos deparamos com um fenômeno da velocidade: Usain Bolt com sua marca de 9 segundos e 58 centésimos. Ele não só surpreendeu os especialistas e treinadores, mas como Mark W. Denny que em 2008, em um artigo que mostrava a tendência de velocidade do cachorro, do cavalo e do homem, concluiu que o record mundial dos 100 metros rasos chegaria no máximo à marca de 9 segundos e 48 centesimos. Como o mundo todo viu a forma que Bolt passou pela faixa final não será difícil chegar nesta marca.
Agora uma nova pesquisa trás a tona o “potencial” de velocidade que um humano pode correr. Acreditem, entre 50 km/h e 60 km/h. A pesquisa publicada no Journal of Applied Physiology de janeiro de 2010 utilizou modelos matemáticos para chegar a estes números. De forma geral, os pesquisadores obtiveram a força aplicada em um salto com uma das pernas em uma esteira que permitia quantificar a força aplicada no piso e comparou com a força aplicada da perna durante uma corrida na mesma esteira.
Segundo o autor, Peter G. Weyand, do Laboratório de Performance Locomotora do Departamento de Fisiologia Aplicada da Southern Methodist University em Dallas, nos Estados Unidos, a força aplicada no salto é mais de um terço maior à aplicada durante a corrida. A explicação ainda leva em consideração o tempo de contato com o solo que permitiria uma maior aplicação de força e isto não ocorre com a corrida. Se o homem conseguisse aplicar esta força nas passadas das corridas poderia atingir uma velocidade maior. O próprio Weyand PG (2000) já havia demonstrado em um estudo anterior que as maiores velocidades máximas são obtidas pelos atletas capazes de produzir maiores forças de reação ao solo. Portanto, como o Prof. Nélio Alfano Moura mostrou e disse no último Simpósio Internacional de Ciências do Esporte, do Celafiscs: “O melhor velocista não é o mais “rápido”, e sim o mais forte!”. Não é a toa que ele é o único técnico bicampeão olímpico em uma mesma Olimpíada.
Os autores ainda fazem uma série de ajustes matemáticos e comparações com outros animais. Vale a pena ler. É um artigo um pouco extenso, mas rico de informações biomecânicas.
Agora meus amigos e amigas, já podem pensar em ir para o povoado de Kampung Komodo, que fica na Indonésia na costa oriental da Ilha, ou simplesmente Ilha de Cômodo, uma das mais de 13.677 ilhas do arquipélago. Lá podemos disputar uma corridinha com o Dragão de Cômodo (científico: Varanus Komodencis, descoberto em 1910), a maior espécie de lagarto que mede cerca de 3 metros de comprimento, pesa cerca de 150 a 230 kilos pode comer crianças e tem relatos que devorou adulto, têm na saliva bactérias letais e alcança uma velocidade até de 20 km/h. O problema é que ele mantém esta velocidade por até 4 horas. Aí precisaremos de outros estudos para ver quanto tempo poderíamos resistir à velocidade proposta pelos autores deste estudo.

Referência
Weyand PG; Sandell RF; Prime DN.L; Bundle MW. The biological limits to running speed are imposed from the ground up. Journa Applied Physiology.2010; doi:10.1152.


Conheça o Dragão de Cômodo
http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/videos/dragao_komodo.swf

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Percepção de Segurança do Ambiente e Atividade Física



Por Mauricio dos Santos
Celafiscs – Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul.
Programa Agita São Paulo


Entender como a vizinhança percebe o ambiente e o que este proporciona pra ser mais ativo ou não vem ganhando espaço em vários periódicos científicos.
A pergunta que não quer calar: porque algumas pessoas são mais ativas do que outras? A resposta pode estar associada à percepção que esta pessoa tem em relação ao ambiente em que vive. Questões ligadas ao ambiente construído e social podem fazer a diferença. Não obstante, a segurança local e a criminalidade podem interferir neste contexto.
Para ajudar melhor compreender esta situação, Gary G. Bennett e colaboradores publicaram uma pesquisa em que relacionaram a percepção de segurança e o nível de atividade física de indivíduos que moravam na periferia.
A amostra foi composta por 1.180 indivíduos, maiores de 18 anos, que moravam em 12 áreas da região metropolitana de Boston. O nível de atividade física foi avaliado por meio de pedômetro por cinco dias consecutivos, além de obterem a percepção de segurança do ambiente para praticarem atividades físicas na vizinhança.
Quando analisado as informações, os autores observaram que a maioria reportou sentir-se seguro em caminhar durante o dia. Entretanto, somente 36% da amostra reportaram sentir-se seguro para praticar atividades físicas durante a noite.
Os autores não encontraram associação entre a percepção de segurança e o nível de atividade física entre os homens e mulheres. No período noturno também não ocorreu associação para homens. Entre as mulheres que reportaram maior insegurança de praticar atividades físicas durante a noite os números de passos foram menores estatisticamente (p=0,01) quando comparada com as mulheres que reportaram segurança, sendo 4.302 versus 5.178 passos, respectivamente.
A conclusão: residir em ambientes que não ofereçam segurança durante a noite pode ser considerado como uma barreira para pratica de atividade física, especialmente entre as mulheres que vivem em localidades periféricas.
Estes achados demonstram que as políticas de promoção da saúde têm um complexo caminho a percorrer, já que além do ambiente construído, os cuidados com a segurança pública devem ser levados em consideração para aproveitar ao máximo estas áreas e aumentarem os níveis de atividade física da população.

Ref.:
Bennett GG; McNeill LH; Wolin KY; Duncan DT; Puleo E; Emmons KM. Safe To Walk? Neighborhood Safety and Physical Activity Among Public Housing Residents. PLoS Medicine. 2007; 4(10):1599-1607.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Estágio no Celafiscs


Convido a todos para que venham conhecer o Celafiscs e participar do grupo de estagiários de 2010. O Celafiscs com mais de 35 anos de existência tem se destacado tanto no âmbito nacional como internacional na área de ciências do esporte e da atividade física. Além disso, contribuiu na formação de grandes nomes da área no cenário nacional.

Venha fazer parte da Elite Intelectual das Ciências do Esporte no Brasil, abaixo encontrará dez (10) motivos para você vir fazer estágio no CELAFISCS. O Estagio de Formação Básica de Pesquisador em Ciências do Esporte te dará oportunidade em apenas 10 meses de:


1. Participações em dois dos maiores Projetos Longitudinais da América Latina: *Projeto Longitudinal de Crescimento e Desenvolvimento de Ilha Bela projeto existente há 32 Anos
*Projeto Longitudinal de Envelhecimento de São Caetano do Sul de 12 anos
Participação com publicação e apresentação de trabalho no maior evento cientifica internacional do território brasileiro Simpósio Internacional de Ciências do Esporte.

2. Noções teóricas e praticas de análise estatística de dados através de pacotes estatísticos: Epinfo, SPSS 15.09, entre outros.

3. Publicação de Artigo Cientifico original como conclusão do estágio em Revista Científica Indexada.


4. A possibilidade de organização técnica e cientifica de Cursos e Eventos Científicos, tendo a especial condição de participar dos mesmos.


5. Possibilidade de participação na Reunião anual do AMERICAN COLLEG OF SPORT MEDICINE, congresso desta instituição, considerado no meio acadêmico internacional um dos maiores encontros científicos da medicina esportiva no mundo.


6. Participação em Mega Eventos em Comemoração ao Dia Mundial de Atividade Física, numa privilegiada condição de membro da equipe organizadora do evento.

7. Atualização Cientifica e aquisição de conceitos através de Estudos Científicos Clássicos e Artigos de recém publicados nos mais importantes periódicos científicos da área no âmbito internacional.
8. Orientação de procedimentos científicos semanais com temas atuais como: *Busca de artigos em base de dados internacionais

9. Metodologia da Pesquisa incluindo procedimentos para garantir os critérios de cientificidade de uma pesquisa: validade, objetividade, reprodutibilidade.

10. Como escrever um bom artigo Introdução – Objetivo – Materiais e Métodos – Resultados – Discussão – Conclusão e citações e referências.


Tudo isso a 100 metros da Estação de Trem de São Caetano do Sul pela Linha 10 Rubi da CPTM 12 mim da estação Luz ou 10 min da Estação Brás descendo do Lado esquerdo sentido Rua Perrelas atravessar Rua 24 horas esquerda dentro da Unidade de Saúde Samuel Klein, Rua Heloisa Pamplona 269 sala 31 SCS.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Recursos Ambientais para Atividade Física e Incidência de Diabetes Tipo 2


Por Mauricio dos Santos

Reconhecidamente ambientes saudáveis levam a população ao redor desta área a terem hábitos saudáveis. Estudos científicos têm mostrado esta relação com a prática de atividade física, por exemplo. Não obstante, indivíduos que apresentam estilo de vida ativo tem menor chance de morte prematura por todas as causas quando comparados com indivíduos sedentários. Além disso, pessoas engajadas em práticas de atividade física podem retardar em até 14 anos o surgimento do Diabetes Tipo 2.
Poucos estudos longitudinais tem focado a relação de um ambiente favorável à prática de atividade física e alimentação saudável com a incidência do Diabetes Tipo 2. Na tentativa de preencher esta lacuna, pesquisadores do Estudo Multi-étnico de Aterosclerose conduziram um estudo para observar esta relação. A hipótese levantada foi que a presença de um ambiente favorável para atividade física e alimentação saudável apresentaria menor risco de diabetes tipo 2.
Para esta pesquisa foi investigado 2.285 participantes com idade entre 45 a 84 anos, que foram acompanhados por 4.8 anos. Durante este período 233 novos casos de Diabetes surgiram que foi definida como glicemia de jejum maior que 126 mg/dL e tomando algum medicamento hipoglicêmico.
Com relação às características do ambiente para a prática da atividade física foi perguntado se na vizinhança os moradores tinham local para prática de esportes, clubes, se era agradável caminhar pelo bairro, se vê pessoas caminhando, jogando, pedalando e outras atividades pelo bairro. Para a relação do ambiente com alimentação saudável foi investigado se na vizinhança existe fácil acesso às frutas e verduras, produtos com baixo teor de gordura e quanto à qualidade destes alimentos.
O desfecho da pesquisa foi ao encontro da hipótese formulada, isto é, em ambientes com melhores recursos para prática de atividade física e boa alimentação a incidência de Diabetes Tipo 2 foi 38% menor que em vizinhança sem estas características. Para os mais atentos aos resultados estatísticos, o hazard ratio correspondeu a 0,62 (IC 0.43-0.88). Esses valores foram ajustados pela idade, sexo, histórico familiar de diabetes, raça, etnia, renda, nível educacional, álcool e tabagismo. Os valores continuaram significativos quando foram adicionados outros fatores que poderiam interferir nos resultados como: fatores da dieta, nível de atividade física e IMC.
Portanto, buscar e deixar um ambiente saudável não vale apenas para combatermos o aquecimento global serve também, para reduzirmos a incidência desta doença que a cada dia vem ganhando espaço no ranking das campeãs, infelizmente.

Fonte de pesquisa:
Amy H. Auchincloss, Ana V. Diez Roux, Mahasin S. Mujahad, Mingwu Shen, Alain G. Bertoni e Mercedes R. Carnethon. Neighborhood Resources for Physical Activity and Healthy Foods and Incidence of Type 2 Diabetes Mellitus. Archives internal Medicine. 2009; 169(18):1698-1704.