Por Mauricio dos Santos
Celafiscs – Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul
Programa Agita São Paulo
Há pouco tempo nos deparamos com um fenômeno da velocidade: Usain Bolt com sua marca de 9 segundos e 58 centésimos. Ele não só surpreendeu os especialistas e treinadores, mas como Mark W. Denny que em 2008, em um artigo que mostrava a tendência de velocidade do cachorro, do cavalo e do homem, concluiu que o record mundial dos 100 metros rasos chegaria no máximo à marca de 9 segundos e 48 centesimos. Como o mundo todo viu a forma que Bolt passou pela faixa final não será difícil chegar nesta marca.
Agora uma nova pesquisa trás a tona o “potencial” de velocidade que um humano pode correr. Acreditem, entre 50 km/h e 60 km/h. A pesquisa publicada no Journal of Applied Physiology de janeiro de 2010 utilizou modelos matemáticos para chegar a estes números. De forma geral, os pesquisadores obtiveram a força aplicada em um salto com uma das pernas em uma esteira que permitia quantificar a força aplicada no piso e comparou com a força aplicada da perna durante uma corrida na mesma esteira.
Segundo o autor, Peter G. Weyand, do Laboratório de Performance Locomotora do Departamento de Fisiologia Aplicada da Southern Methodist University em Dallas, nos Estados Unidos, a força aplicada no salto é mais de um terço maior à aplicada durante a corrida. A explicação ainda leva em consideração o tempo de contato com o solo que permitiria uma maior aplicação de força e isto não ocorre com a corrida. Se o homem conseguisse aplicar esta força nas passadas das corridas poderia atingir uma velocidade maior. O próprio Weyand PG (2000) já havia demonstrado em um estudo anterior que as maiores velocidades máximas são obtidas pelos atletas capazes de produzir maiores forças de reação ao solo. Portanto, como o Prof. Nélio Alfano Moura mostrou e disse no último Simpósio Internacional de Ciências do Esporte, do Celafiscs: “O melhor velocista não é o mais “rápido”, e sim o mais forte!”. Não é a toa que ele é o único técnico bicampeão olímpico em uma mesma Olimpíada.
Os autores ainda fazem uma série de ajustes matemáticos e comparações com outros animais. Vale a pena ler. É um artigo um pouco extenso, mas rico de informações biomecânicas.
Agora meus amigos e amigas, já podem pensar em ir para o povoado de Kampung Komodo, que fica na Indonésia na costa oriental da Ilha, ou simplesmente Ilha de Cômodo, uma das mais de 13.677 ilhas do arquipélago. Lá podemos disputar uma corridinha com o Dragão de Cômodo (científico: Varanus Komodencis, descoberto em 1910), a maior espécie de lagarto que mede cerca de 3 metros de comprimento, pesa cerca de 150 a 230 kilos pode comer crianças e tem relatos que devorou adulto, têm na saliva bactérias letais e alcança uma velocidade até de 20 km/h. O problema é que ele mantém esta velocidade por até 4 horas. Aí precisaremos de outros estudos para ver quanto tempo poderíamos resistir à velocidade proposta pelos autores deste estudo.
Referência
Weyand PG; Sandell RF; Prime DN.L; Bundle MW. The biological limits to running speed are imposed from the ground up. Journa Applied Physiology.2010; doi:10.1152.
Conheça o Dragão de Cômodo
http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/videos/dragao_komodo.swf
Celafiscs – Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul
Programa Agita São Paulo
Há pouco tempo nos deparamos com um fenômeno da velocidade: Usain Bolt com sua marca de 9 segundos e 58 centésimos. Ele não só surpreendeu os especialistas e treinadores, mas como Mark W. Denny que em 2008, em um artigo que mostrava a tendência de velocidade do cachorro, do cavalo e do homem, concluiu que o record mundial dos 100 metros rasos chegaria no máximo à marca de 9 segundos e 48 centesimos. Como o mundo todo viu a forma que Bolt passou pela faixa final não será difícil chegar nesta marca.
Agora uma nova pesquisa trás a tona o “potencial” de velocidade que um humano pode correr. Acreditem, entre 50 km/h e 60 km/h. A pesquisa publicada no Journal of Applied Physiology de janeiro de 2010 utilizou modelos matemáticos para chegar a estes números. De forma geral, os pesquisadores obtiveram a força aplicada em um salto com uma das pernas em uma esteira que permitia quantificar a força aplicada no piso e comparou com a força aplicada da perna durante uma corrida na mesma esteira.
Segundo o autor, Peter G. Weyand, do Laboratório de Performance Locomotora do Departamento de Fisiologia Aplicada da Southern Methodist University em Dallas, nos Estados Unidos, a força aplicada no salto é mais de um terço maior à aplicada durante a corrida. A explicação ainda leva em consideração o tempo de contato com o solo que permitiria uma maior aplicação de força e isto não ocorre com a corrida. Se o homem conseguisse aplicar esta força nas passadas das corridas poderia atingir uma velocidade maior. O próprio Weyand PG (2000) já havia demonstrado em um estudo anterior que as maiores velocidades máximas são obtidas pelos atletas capazes de produzir maiores forças de reação ao solo. Portanto, como o Prof. Nélio Alfano Moura mostrou e disse no último Simpósio Internacional de Ciências do Esporte, do Celafiscs: “O melhor velocista não é o mais “rápido”, e sim o mais forte!”. Não é a toa que ele é o único técnico bicampeão olímpico em uma mesma Olimpíada.
Os autores ainda fazem uma série de ajustes matemáticos e comparações com outros animais. Vale a pena ler. É um artigo um pouco extenso, mas rico de informações biomecânicas.
Agora meus amigos e amigas, já podem pensar em ir para o povoado de Kampung Komodo, que fica na Indonésia na costa oriental da Ilha, ou simplesmente Ilha de Cômodo, uma das mais de 13.677 ilhas do arquipélago. Lá podemos disputar uma corridinha com o Dragão de Cômodo (científico: Varanus Komodencis, descoberto em 1910), a maior espécie de lagarto que mede cerca de 3 metros de comprimento, pesa cerca de 150 a 230 kilos pode comer crianças e tem relatos que devorou adulto, têm na saliva bactérias letais e alcança uma velocidade até de 20 km/h. O problema é que ele mantém esta velocidade por até 4 horas. Aí precisaremos de outros estudos para ver quanto tempo poderíamos resistir à velocidade proposta pelos autores deste estudo.
Referência
Weyand PG; Sandell RF; Prime DN.L; Bundle MW. The biological limits to running speed are imposed from the ground up. Journa Applied Physiology.2010; doi:10.1152.
Conheça o Dragão de Cômodo
http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/videos/dragao_komodo.swf